domingo, 17 de janeiro de 2010

Desetnografando.

Bom, acho que deveria começar apresentando esse blog. Tive a idéia meio que do nada um dia desses, num dia desses em que a mente começa a se preparar para uma longa viagem de campo após todo um semestre de (des)preparações cursando disciplinas que ajudavam bastante (a me distrair) enquanto o janeiro não vinha.

Pois bem, chegou o janeiro, e com ele, minha derradeira saída de campo. Um mês em São Paulo etnografando a comunidade de imigrantes bolivianos locais.

Enfim, como escrever um diário de campo, gravar entrevistas em voz, filmar entrevistas em vídeo e, eventualmente, escrever uma dissertação de mestrado não fossem suficientes, achei que deveria fazer algo mais. Lembrei de um livro recente que havia lido da Sherry Ortner em que escrevia, entre os capítulos, notas sobre os bastidores de sua etnografia. Uma espécie de making of.

Taí. The Making Of an Etnography. Seria um ótimo nome para este blog. Pena que já criei o blog com esse nome mesmo e já não tenho mais saco para mudar.

Mas a idéia é mesmo essa. Desetnografar, ou grafar etnias de forma avessa, ou descobrir da etnografia suas coberturas teóricas e conceituais (que fazem com que seja reconhecida como etnografia) deixando-a meio nua (meio que uma playboy das etnografias, se quiserem), com aquelas coisas que nem mesmo Malinowski contaria.

E a idéia é que outros participem. Somos uma turma grande, cada um com seu campo. Quem quiser, sinta-se convidado para acampar neste grande descampado (com o perdão do trocadilho final que meio que estraga a abertura do blog na última hora).

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